domingo, 26 de julho de 2009

Nada

Significado de sincategorema

sm (lat syncategorema) 1 Lóg Acessório de um categorema. 2 Gram Palavra que só por si nada significa, como os pronomes indefinidos.

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Diversas imagens, repetidas Ad nauseam (Argumentum ad nauseam or argument from repetition or argumentum ad infinitum is an argument made repeatedly (possibly by different people) until nobody cares to discuss it any more.) Ninguem mais liga. Arcos Amarelos. Siglas que ninguem sabe seus signifcados. Cada vez mais novo. Maior. Menor. Mais Branco. Mais Organizado. Fala Com você. Te mostra onde você tem que ir. Assim sem se preocupar, já está imerso nisso tudo. Não! Temos de resistir.Others declare the movement an easy way for upper and middle class citizens to feel empowered by engaging in activism that bears no personal cost. Détournement. Recuperação.  Zona Autônoma Temporária. Some critics claim that culture jamming does little to incite real difference. Toda partida é uma volta ao mesmo lugar, o único lugar.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Marca

...O e pronto, não disse, deu tudo certo véi

- Podecrê, ficou bom cara, treinou em casa?

- Há, ticatá rapaz, eu domino aqui

- Ahn, sei, mas da hora, vai ser dificil de atropelar aqui 

- É, saca só ali embaixo, parece tudo muito pequeno

- Aham, e a gente aqui em cima, acho muito foda isso

- Foda mesmo seria cair daqui, abraço, manda raspá e põe num balde

- Tamen, tremenda duma queda, mas vamoaê, ficá dando paia pros coxinha aqui é osso

- Podecrê

- Pegou á tinta? vai marcar de deixar aqui, foi puta trampo para conseguir!

- Se só pulou atrás da loja lá e entrou no armazém rapá, dois bico na porta e pronto

- Mas tu não foi né, ô comédia, então fica de boaça ae, antes que te meta a mão na cara

- Ui que meda!

- Ah sifuder

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- Cadê o tinner? não vou chegar em casa tudo sujo assim

- Ih, carai

- Ih o quê porra!?

- Ficou lá em cima

- Táquepariu hein? Tu é um tremendo dum vacilão, bafo do carai

- Porra véi, foi mal, esqueci completamente

- Tu não vai esquecer a sova que tu vai levar, isso sim, agora faço o quê? A mão tá tudo preta

- Ah véi, sei lá, te vira neguinho, não sô o comédia?

- Firmeza então

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- Cara foi mancada aquilo

- O quê?

- Lá em casa, se acha que eu não sei? Agora meu pai tá cabrero, viu minhas coisas, me deu uma sova e vou ter que limpar todos os muros lá da rua, se vai ter que ajudar véi, é muita vacilagem se tu não fizer

- De boa, te vira neguinho

sábado, 11 de julho de 2009

Coxinha

Merda tô atrasada, cadê blusa, não vai dá tempo de comer algo, como algo no caminho, tranquei mesmo, agora já era, abre portão, abre portão, Ô caralho, tem cada animal no transito devia ser proibido certas pessoas dirigirem, espero que a Patrícia não tenha chegado, senão tô fudida, vou passar na naquela padaria do lado do prédio ela tem uma coxinha maravilhosa, já não agüenta mais essa dieta, pareço um cavalo comendo só verdura, ainda mais em potinhos, queria ver aquela nutricionista fazer isso, falar é fácil, com aqueles olhos azuis acha que eu não vi ela olhando para o Mário, vai abre sinal, isso,  ahn vai dá tempo sim, acho que vou comer duas coxinhas, não é muito, um pão de queijo e uma coxinha e um cafezinho, afinal em também mereço, CARA...

            Tô indo para padaria amor, que tu quer? NOSSA amor, um acidente, é, feio, um carro deu no meio do outro no cruzamento, é nem me fale, 6 pães moça e essa coxinha foi feita agora? Não vou come agora mesmo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um, dois

- Tá,vocês querem uma revolução?

- Na verdade não

- Porra véi, tô falando sério aqui, a banda é uma revolução

- Ué, por quê? Eles tocam de ponta cabeça com triângulos elétricos?

- Ah, tomanocu, passa essa porra para cá

São quatro, sentados em volta de uma mesa de plástico velho, tomando cerveja numa tarde de quinta feira. Carlos, Paulo, Renato (vulgo Mono) e Vinte dois, o qual o nome é raramente lembrado quando estão juntos, estudantes numa universidade no interior paulista. Os quatro têm uma banda chamada Tempo Morto e discutir sobre música em geral, parece ser a atividade principal da rotina dos quatro.

- Então que horas lá?

- As dez, na frente daquela bar, perto da republica das mina, saca?

- Quais minas?

- Da Ingrid, Nádia, Xena e a Stela

- Xena? risos são contidos

- É, parece que a mina, na época de bixete, de um pau em não sei quem, ae ficou Xena a mulher guerreira

Os quatro gargalham

- Beleza, vou nessa, preciso passar na casa da Florência e pegar minha máquina

- Tá, tamen ‘tamos indo

- Até

-Té

Os quatro se levantam e saem do bar, agora cada vez mais lotado, são quase 5 horas, logo menos o bar vai lotar, com a massa universitária que sai das aulas vespertina. Seguindo seu caminho, subindo uma das ruas principais Vinte dois escuta alguma banda obscura, provavelmente vinda de algum lugar ainda mais obscuro. Ele possui uma predileção por descobrir bandas, não só pela vontade de se diferenciar, mas sim numa experiência de descoberta, sempre querendo ouvir algo diferente para nunca ficar estagnado Mono acho que isso é puro papo furado, ele só quer ter algo só dele e jogar na cara dos outros que ele conhece e eles não. Ambas posições possuem um pouco da verdade.

- Ô de casa, diz batendo palmas

- Peraê, é ouvido no fundo

É uma casa comum, vista em qualquer àrea residencial, paredes brancas (ou algo que já foi branco) portão preto, vazado, daqueles com lanças nas pontas, uma porta de entrada e um caminho que dá para o fundo da casa

- Fala vinte dois, que tu qué?

- Iae, vim pegar a máquina, deixei com a Florência, ela táe?

- Pô, se tu chegasse cinco minutos atrás, tu pegaria ela saindo de casa

- Mas tu não sabe se ela levou com ela?

- Nem sei, quer ver no quarto dela?

- Ahn, nem, deixa quieto, depois falo com ela

- Belê, vai fazer algo hoje?

- Vou naquela baladinha lá, com as bandinhas e tal

- Podecrê, se pá nois se tromba

- Só

Decepcionado com o fracasso da empreitada, vinte dois decide ir para casa, tomar uma banho, matar um tempo até o horário combinado no caminho cruza com Stela, que para ele parece tá sempre para baixo, nunca feliz, como um amigo descreveu uma vez: " Mano, quando ela passa, minha barrinha de felicidade do Street Fighter té cai".

- Oi Bruno

Ela é uma das poucas pessoas que o chamam pelo nome

- Tudo bom, Stela?

- Ahn..sim

- Hmm..sim, táe me senti contagiado pela sua animação

Ela ri um pouco

- Ahn, é quê, tem umas coisas acontecendo

Sempre tem coisas acontecendo, Vinte dois reafirmando o óbvio

- Eu sei, bobo, não é nada demais, só ando pensando muito

- Bem, não vá fundir a cabeça nisso, moçoila, dando uma leve bagunçada no cabelo dela

- Podexá, diz ela timidamente

Ele chega em casa, ninguém presente, põe o som alto e vai tomar banho. O quarto dele na republica fica separado do resto da casa, devia ser o quarto da empregada em tempos passados. Depois do banho, sento no colchão ainda sem a cama “ Carai, preciso pegar a cama logo, tô me sentindo um mendigo, dormindo no chão” e começa ler um texto para aula de sexta, que possivelmente não irá.

É chegada a hora do encontro, Mono já está esperando, tomando uma cerveja no bar, chamado de Kukis, numa tentativa do dono imitar alguma palavra em inglês. Seu celular toca

- Alô?

- Tá onde?

- Tô tomando no Kukis, onde cê ta?

- Chegando, ‘braço

- ‘braço

Os quatro se encontram novamente, prontos para adentrar na festa. O que se segue é uma sucessão de cumprimentos, risadas, tiração de sarro, tudo regado a muita cerveja. Finalmente a aguardada revolução prometida por Paulo começa. Uma distorção ali, outra aqui, bateria como uma marcha militar, baixo marcando o ritmo. Enfim nada que já não se tenha ouvido. No fim o vocalista, pega o microfone e diz:

- Valeu pessoal! A vibe foi positiva aqui e aproveito para pedir para todos, que mudem sua foto no twitter para verde, para mostrar nosso suporte com a causa deles! Viva a Liberdade! Salve Che!

 

É, foi uma revolução e tanto.

 

Finalmente, um blog meu